o meu bloco de notas

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

O Grupo µ

O mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece?
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio e que sabe a árvore
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
-
Porque o único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as coisas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
-
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
-As coisas não têm significação: têm existência.
As coisas são o único sentido oculto das coisas.
-
(Alberto Caeiro)
-


O Grupo µ defende um modelo em que o signo icónico é o produto das relações estabelecidas entre três elementos: o significante, o tipo e o referente.
Nesta relação, o referente é um objecto, que pode ou não ser real. O significante é composto por um conjunto de estímulos visuais que correspondem a um tipo estável. Por sua vez, a noção de tipo recai sobre a imagem mental efectuada pelo sujeito e que visa que este último estabeleça uma relação de equivalência ou semelhança entre o significante e o referente.

Os autores consideram a emissão dos signos icónicos como a produção, ao nível do canal visual, de simulacros do referente, através de transformações efectuadas de forma que, o resultado é semelhante ao tipo correspondente ao referente.
Por seu lado, a recepção de um signo visual é feita através de um referente e das relações que se estabelecem entre eles, e um modelo tipo, estável.
-

-
Este conjunto de investigadores afirma que a fronteira entre o figurativo e o não figurativo é, algumas vezes, difícil de definir.
Acrescentam ainda que os valores culturais e as expectativas têm influência na interpretação de uma mensagem visual, estando o icónico ligado ao conteúdo e o plástico à expressão do signo visual.
O processo de significação tem assim cariz sensorial, dependendo da compreensão (análise) do “código plástico”, através do cruzamento das variáveis forma, cor e textura e do conjunto formado por elas.

2 Comments:

At 6:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Marta,

Gostei muito do poema que escolheste, já vi que também gostas de Fernando Pessoa!
Tambem gostei das imagens que seleccionaste porque estão muioto adequadas.
Fico à espera da continuação...

 
At 6:51 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Martinha a anónima sou euzinha

Ana Antas a eterna despistada!

 

Enviar um comentário

<< Home